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Tadeu Bianconi

O capixaba Tadeu Bianconi confrontou o monumentalismo coletivista da era da Cortina de Ferro contra a pequenez com que se pretendia medir o coração humano; nesse rumo, seu itinerário até mesmo colheu a ruína do concreto ideológico legada a um País que soube superar, com persistente criatividade, a decadência semeada em seu quintal pelo sufocante apogeu da antiga União Soviética.

 

Mas sua bússola irrequieta logo desviou-se para registrar a minúcia que respalda o vigor da identidade búlgara: livros a mancheias, profusão de títulos de jornal, grãos e especiarias cujo receituário ou sabor tempera a nutrição das novas manhãs desde sempre encadeadas aos dias ancestrais.

 

Sua investigação quedou-se ao cadenciado andamento do fole cigano, à contemplação que revoa sobre as águas que embalam o cotidiano urbano, onde nunca é incomum que uma vitrine solitária ou um tabuleiro arguto lancem seu clamor a esquadrinhar a cumplicidade de parceria.

 

Ou, ainda, que a feminina prece reclusa no templo talvez possa se enlaçar entre beijos no adro dedicado a colecionar matrimônios.

 

 

Texto: Adilson Vilaça

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